segunda-feira, 25 de julho de 2011

Família em 1º Lugar

Ano passado, além da festa feita em casa, resolvi comemorar o aniversário da Nicolle na escolinha também...e como era em um dia de semana, fiz o pedido no local onde trabalhava.

O que ouvi foi que eu deveria pensar no que era mais importante para mim naquele momento: a minha filha ou o meu trabalho???

Como eu poderia por em uma balança a minha filha e o meu trabalho???

Embora as circunstâncias na época tenham me obrigado a não comparecer na festinha de aniversário da minha única filha, não tenho dúvida que minha FAMÍLIA está e sempre estará em 1º lugar na minha vida.

É maravilhoso poder acompanhar a minha filha nas terapias, ver que ela me puxa para dentro da sala, como se estivesse me convidando a assistir todas as coisas que ela está aprendendo a fazer...

É fantástico poder levá-la a escola e ver como ela é independente, como ela gosta de estar alí.

Vejo também, como é importante para ela que eu esteja presente em todos os momentos de sua vida...


                                          Outubro/2010
                                           Recebendo os presentes dos coleguinhas/2010
                                          Com a professora/2010
                                           Hora do bolo/2010
                                           22/07/2011 - Hora de estudar
                                           22/07/2011

domingo, 24 de julho de 2011

Direção correta.

"Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele" (Provérbios 22:6).




Hoje fomos ao culto onde assistimos ao Teatro de Fantoches com a história: A Rainha da Pérsia.

Fiquei impressionada com a Nicolle, pois sua atenção na maior parte do tempo esteve voltada para a apresentação. Muitas vezes procurava o palco buscando uma melhor posição para conseguir assistir...devido ao número de pessoas que estavam presentes.

Fiquei muito feliz com esse momento, isso porque sinto dificuldade em levá-la a igreja porque ela não fica parada muito tempo e na maioria das vezes me retiro para que ela possa correr e brincar...

Sei que isso é uma tarefa que pode levar um certo tempo até ela se acostumar...

Sei também o quanto é importante que ela vá a igreja e conheça a palavra de Deus.

Os filhos tem como exemplos a seguir os pais, então procuro dar um bom exemplo a minha filha através do que faço, do que falo, dos lugares que frequento...

Conto muito com o apoio do meu marido Wellyngton, que me orienta e me ajuda na criação da Nicolle. Mais uma vez obrigada!!!


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Reflexão para pais de crianças deficientes e autistas

Artigo - O importante é ser feliz

Gostaria de abordar um assunto, que causava muita ansiedade nas mães e pais de alunos deficientes mentais que eu atendia – O que seus filhos seriam capazes de aprender, se chegariam à alfabetização, e se poderiam exercer alguma atividade profissional no futuro. O que observava era que os responsáveis, faziam um enorme relato das limitações dos filhos, e esqueciam de ver suas potencialidades.
Certo dia, uma mãe se aproximou e começou seu relato, onde não restaria quase nada que seu filho pudesse fazer. Ela estava angustiada e só enumerava as limitações da criança deficiente. Deixei-a falar e depois olhando-a fixamente respondi – Bem, eu já sei o que seu filho não pode fazer, agora quero saber o que ele sabe fazer, que talento ele possui? Diante de seu silencio, pude perceber que ela não estava atenta ou sequer imaginava que seu filho pudesse ter algum talento.
Depois de muito pensar ela disse – “A única coisa que ele gosta de fazer e jogar botão”. Perante a resposta da mãe respondi que íamos começar a estimular seu cognitivo, a partir do que ele gostava de fazer, ou seja, através de uma partida de botão, poderíamos desenvolver suas eficiências para que estas suprissem suas deficiências.
Em outra ocasião, uma mãe bastante preocupada, me disse que seu filho deficiente mental ainda não havia se alfabetizado, e gostaria muito que ele fosse engenheiro. Olhei-a e disse O que e mais importante para você, a felicidade de seu filho ou ele conseguir ter uma profissão?`
Esses relatos aconteceram há alguns anos atrás e o leitor, talvez pense que esta situação hoje em dia seja diferente. Ledo engano. Em uma conversa com pessoas próximas, pude perceber que infelizmente para alguns pais, o importante não e ser feliz, e sim ter uma profissão formalmente reconhecida pela sociedade.
Existe um casal, que tem uma filha que nasceu com um problema em uma área do cérebro, e necessitava de uma cirurgia. Esta criança, que encontrei em uma festa de aniversario (quando tinha feito a primeira inserção cirúrgica), apresentava ensejos de socialização, tentando se aproximar das outras crianças, mas parecia segundo minha observação informal, ter alguma dificuldade para se inserir ao grupo. Passado algum tempo, foi submetida à segunda cirurgia bem delicada, que consistia em inserir no cérebro uma válvula. A operação foi realizada com sucesso. A partir daí, soube que os pais alem da escola regular, ainda contrataram um professor particular para que ela conseguisse acompanhar a turma. Esta situação causou um estresse tão grande na menina, que ela começou a apresentar um quadro caracterizado por crises convulsivas e vômitos.
Volto a questão primordial – O que os pais de filhos deficientes não devem preferir: filhos felizes aceitos em suas limitações e sendo estimulados em suas deficiências, ou adultos frustrados tentando alcançar metas as vezes impossíveis para eles? Espero sinceramente que escolham a segunda opção.
Fonte: Muito Especial | Maria da Salete Ferreira Dias

Autistando (artigo)

Somos todos autistas, a gradação está nos rótulos
Quando me recuso a ter um autista em minha classe, em minha escola, alegando não estar preparado para isso, estou sendo resistente à mudança de rotina.
Quando digo a meu aluno que responda a minha pergunta como quero e no tempo que determino, estou sendo agressivo.
Quando espero que outra pessoa de minha equipe de trabalho faça uma tarefa que pode ser feita por mim, estou a usando como ferramenta.
Quando, numa conversa, me desligo, "viajo", estou olhando em foco desviante, estou tendo audição seletiva.
Quando preciso desenvolver qualquer atividade da qual não sei exatamente o que esperam ou como fazer, posso me mostrar inquieto, ansioso e até hiperativo.
Quando fico sacudindo meu pé, enrolando meu cabelo com o dedo, mordendo a caneta ou coisa parecida, estou tendo movimentos estereotipados.
Quando me recuso a participar de eventos, a dividir minhas experiências, a compartilhar conhecimentos, estou tendo atitudes isoladas e distantes.
Quando nos momentos de raiva e frustração, soco o travesseiro, jogo objetos na parede ou quebro meus bibelôs, estou sendo agressivo e destrutivo.
Quando atravesso a rua fora da faixa de pedestres, me excedo em comidas e bebidas, corro atrás de ladrões, estou demonstrando não ter medo de perigos reais.
Quando evito abraçar conhecidos, apertar a mão de desconhecidos, acariciar pessoas queridas, estou tendo comportamento indiferente.

Quando dirijo com os vidros fechados e canto alto, exibo meus tiques nervosos, rio ao ver alguém cair, estou tendo risos e movimentos não apropriados.
Somos todos autistas. Uns mais, outros menos. O que difere é que em uns (os não rotulados), sobram malícia, jogo de cintura, hipocrisias e em outros (os rotulados) sobram autenticidade, ingenuidade e vontade de permanecer assim.
Fonte: Rede Saci
Autora: Scheilla Abbud Vieira

terça-feira, 19 de julho de 2011

Tríade do Autismo: Comunicação, Interação Social e Comportamento



DESVIOS DA COMUNICAÇÃO:
Dificuldade em utilizar com sentido todos os aspectos da comunicação verbal e não verbal (gestos, expressões faciais, linguagem corporal, ritmo e modulação na linguagem verbal.)
Portanto, dentro da variação na severidade do autismo, poderemos encontrar uma criança sem linguagem verbal e com dificuldades na comunicação por qualquer outra via - isto inclui ausência de uso de gestos ou um uso muito precário dos mesmos; ausência de expressão facial ou expressão facial incompreensível. Como podemos, encontrar crianças que apresentam linguagem verbal, porém esta é repetitiva e não comunicativa.
Muitas das crianças que apresentam linguagem verbal repetem simplesmente o que lhes foi dito. (Conhecido com ecolalia imediata) Outras crianças repetem frases ouvidas há horas, ou até mesmo dias antes (ecolalia tardia).
É comum que crianças com autismo e inteligência normal repitam frases ouvidas anteriormente e de forma perfeitamente adequada ao contexto, embora, geralmente nestes casos, o tom de voz soe estranho e pedante. Exemplos de comportamento:
·         Não sabe pedir o que quer;
·         Não aponta;
·         Tem sempre a mesma expressão facial;
·         Usa a mão de outra pessoas como um instrumento;
·         Empurra a outra pessoa e olha o que quer;
·         Não sabe como abordar uma outra criança;
·         Grita muito;
·         Chora sem razão aparente;
·         Não atende quando é chamada;
·         Não entende o que você diz;
·         Parece não escutar;
·         Não sabe fazer perguntas;
·         Não responde;
·         Não compreende o “não”;
·         Quando faz perguntas, não entende a resposta e repete a pergunta muitas vezes;
·         Não entende quando você briga com ela, não entende as palavras, nem os gestos , nem a expressão do seu rosto;
·         Tem “crises de birra”;
·         Começa um assunto pelo meio;
·         Só fala sobre o assunto que interessa a ela.


DESVIOS DA SOCIABILIZAÇÃO:
Significa a dificuldade em relacionar-se com os outros, (a incapacidade de compartilhar sentimentos, gostos e emoções e a dificuldade na discriminação entre diferentes pessoas).
Muitas vezes a criança que tem autismo aparenta ser muito afetiva, por aproximar-se das pessoas abraçando-as e mexendo, por exemplo, em seu cabelo ou mesmo beijando-as quando na verdade ela adota esta postura...
..sem diferenciar pessoas, lugares ou momentos. Esta aproximação usualmente segue um padrão repetitivo e não contém nenhum tipo de troca ou compartilhamento.
A dificuldade de sociabilização, que faz com que a pessoa que tem autismo tenha uma pobre consciência da outra pessoa, é responsável, em muitos casos, pela falta ou diminuição da capacidade de imitar, que é um dos pré-requisitos cruciais para o aprendizado, e também pela dificuldade de se colocar no lugar de outro e de compreender os fatos a partir da perspectiva do outro
Pesquisas mostraram que mesmo nos primeiros dias de vida um bebê típico prefere olhar para rostos do que para objetos. Através das informações obtidas pela observação do rosto dos pais, o bebê aprende e encontra motivação para aprender. Já o bebê com autismo dirige sua atenção indistintamente para pessoas e para objetos, e sua falha em perceber pessoas faz com que perca oportunidades de aprendizado, refletindo em um atraso do desenvolvimento. Exemplos de comportamento:
·         Não dá tchau;
·         Não olha nos olhos;
·         Não olha o que você olha;
·         “Avança” para os objetos (ou comida) das outras pessoas;
·         Abraça e beija pessoas estranhas;
·         Não atende quando é chamada;
·         Busca interesses só dela;
·         Não brinca com outra criança;
·         Só fala quando é de seu interesse;
·         Só fala sobre os assuntos que prefere;
·         Repete este assunto sem parar;
·         Não pergunta sobre a outra pessoa;
·         Sua fala tem uma entonação diferente, monótona;
·         Não sabe o que deve fazer numa situação nova , tem “crises nervosas”;
·         Não sabe o que você pensa;
·         Não percebe se você está triste, zangado ou feliz;
·         Não demonstra as emoções como as outras pessoas;
·         Não percebe ironia na voz ou no rosto das pessoas.


DESVIOS DA IMAGINAÇÃO:
Caracteriza-se por rigidez e inflexibilidade e se estende às várias áreas do pensamento... linguagem e comportamento da pessoa.
Isto pode ser exemplificado por comportamentos obsessivos e ritualísticos, compreensão literal da linguagem, falta de aceitação das mudanças e dificuldades em processos criativos.
Esta dificuldade pode ser percebida por uma forma de brincar desprovida de criatividade e pela exploração peculiar de objetos e brinquedos. Uma criança que tem autismo pode passar horas a fio explorando a textura de um brinquedo. Em crianças que têm autismo e têm inteligência preservada, pode-se perceber a fixação em determinados assuntos. Exemplos de comportamento:
·         Não sabe para que serve os brinquedos , quebra ou atira longe;
·         Prefere objetos que girem, tenham luzes ou façam barulho;
·         Fixa-se em detalhes dos objetos ou brinquedos;
·         Não brinca com as outras crianças;
·         Prefere brincadeiras que envolvam o próprio corpo: cócegas, esconder, “pegar”;
·         Prefere fazer sempre as mesmas coisas, da mesma forma, ir pelo mesmo caminho, sentar no mesmo lugar.

Observação: A criança não precisa apresentar todas as dificuldades citadas acima para ser autista. Foram citados alguns exemplos das dificuldades encontradas. O grau da dificuldade também varia muito.

Fonte: Danielle Davegna (www.autisters.blogspot.com)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Shantala






A massagem é a arte original de tocar com qualidade, de proporcionar relaxamento em partes do corpo ou nele todo. Apresenta vários benefícios, além de não necessitar de uma tecnologia avançada para realizá-la. Necessita apenas de um toque firme, mas, ao mesmo tempo com extrema suavidade das mãos sobre a pele. O toque está ligado às emoções. Segundo Hoffmann (2005), o ato de tocar é um comportamento que pode conter elementos fundamentais para o desenvolvimento humano, principalmente para os bebês, desde a vida intra-uterina, pois o toque proporciona um bem estar físico, emocional e social. A qualidade do toque na criança pode gerar tendências positivas durante seu desenvolvimento. Espera-se que a massagem modifique as células do sistema nervoso, ative física e psiquicamente o organismo, causando sensação de bem estar geral. (LIMA, 2004). Em bebês a massagem é bastante adequada e indicada. O obstetra francês Fréderick Leboyer, com extrema lentidão, em uma sequência rítmica e ordenada de movimentos. O médico ficou encantado com o carinho e amor que aquela mãe transmitia através da massagem para seu bebê e, aproximadamente em 1975, trouxe a técnica para o Ocidente para fins terapêuticos (GUIMARÃES et al, 1997). A técnica proporciona vários benefícios, tais como melhorar o vínculo afetivo entre mãe e filho, acalmar e ajudar o bebê a dormir melhor, diminui o medo, a ansiedade, irritação, aliviar os sintomas de cólicas e ainda favorecer o desenvolvimento psicomotor (HOFFMANN, 2005). A Shantala é indicada nos casos de distúrbio da fala, passividade, hiperatividade, irritação, tiques nervosos, distúrbios respiratórios enurese noturna, autismo, cegueira, surdez, Síndrome de Down, Paralisia Cerebral (PC), para melhora do padrão do atraso no desenvolvimento motor normal (HOFFMANN, 2005 apud GUIMARÃES et al, 1997, p.14). Dentro dessa abordagem, pensar na massagem em bebês portadores de deficiências torna-se coerente. Bebês com paralisia cerebral apresentam alterações da postura e do movimento, dificuldades na coordenação motora e privação de estímulos sensoriais pelos déficits motores. Na paralisia cerebral ocorre uma lesão não progressiva, porém o quadro modifica-se à medida que a criança cresce, podendo tonar-se uma patologia incapacitante. Elas evoluem muitas vezes, com quadros tão graves, como comprometimento cognitivo e transtornos sensoriais que podem nunca serem capazes de andar, falar e compreender o que se passa ao seu redor. Com dificuldades no seu desenvolvimento motor. Sendo assim, a massagem Shantala pode vir a contribuir para um melhor desenvolvimento do bebê portador de paralisia cerebral, auxiliando no seu desenvolvimento global, na qualidade de sua percepção corporal e do ambiente em que vive, além de favorecer o vínculo mãe/filho, abalado por prováveis intercorrências no nascimento e início da vida do bebê. A Shantala pode resgatar esses estímulos e proporcionar à criança maior tranquilidade, uma melhora do tônus muscular e de sua movimentação global. Além disso, a massagem favorece o que é fundamental para a criança que é o contato físico, com amor e carinho, através do toque, sendo um recurso que pode influenciar de forma positiva a qualidade de vida do bebê e sua família.



Vídeo mostra Shantala

Felicidade...

Estou sentindo uma grande felicidade no meu coração...

Digo isso porque essa semana a Nicolle iniciou outra terapia.... Agora, além de ser acompanhada pela fonoaudióloga Ana Cristina, minha florzinha também está sendo acompanhada pelo fisioterapeuta Carlos.

Isso é maravilhoso!!!

Fico imaginando o quanto será bom para ela...tendo em vista o grande avanço que minha filha teve com o trabalho da Ana Cristina.... a nova terapia vem para somar...

Gostaria de agradecer de coração por esse presente que foi dado a minha filha. Obrigada meu grande amor, meu companheiro Wellyngton que tem acompanhado tudo de perto, me ajudando, me apoiando, me orientando e muitas vezes me ensinando o que fazer diante das situações que surgem no dia a dia.

Obrigada por todo carinho e amor que tem por nós. Nós também te amamos muito!!!

Erika e Nicolle



Nas fotos, o primeiro dia de terapia com o fisioterapeuta Carlos.

Por que Nicolle Flor Azul???



Na maioria dos jardins que encontramos, nos deparamos com os mais variados tipos de flores...flores estas, que muitas vezes são: vermelhas, amarelas, rosas, brancas e lilás...

A cor AZUL simboliza a luta em favor das pessoas com autismo...

No jardim da minha vida, Deus fez brotar um florzinha azul, rara, encantadora e totalmente especial. Sendo assim, acredito que para Deus também sou um ser especial, por ter a missão de amar, educar, criar e ser mãe da Nicolle.

É uma tarefa difícil e muito desafiadora. Mas Deus escolhe as pessoas certas para dar essa missão.

Todos dias da minha vida...regarei a minha florzinha...na certeza que ela irá desabrochar e nos surpreender como sempre tem feito.
A Nicolle é minha flor azul...

Pesquisa relaciona autismo a alimentação

Desenvolvido no programa de pós-graduação Ciência e Tecnologia de Alimentos, estudo observa relação entre hábito e síndrome
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Tratamento alternativo para autismo foi foco de pesquisa na Esalq. O aumento de número de pais que utiliza terapia coadjuvante para o controle dos sintomas nos filhos fez com que pesquisadoras estabelecessem relação entre hábito alimentar e síndrome do espectro autista.

Os tratamentos mais populares são dietas que orientam para a exclusão de alguns alimentos ou grupo de alimentos. Entre as diversas dietas propostas, a mais popular é a isenta de glúten (proteína presente no trigo) e caseína (proteína presente no leite e derivados). Porém, a análise dos estudos que comprovam a eficácia da dieta isenta de glúten e caseína tem sido criticada devido a questões como o desconhecimento de padrão alimentar que possa favorecer o agravamento dos sintomas e ausência de análises laboratoriais que comprovem sua eficácia. Outra hipótese é de que distúrbios do metabolismo da creatina também estão integrados à doença.

“A pesquisa procurou identificar o padrão de hábito alimentar de um grupo de autistas, promover testes para o desenvolvimento de métodos de análises laboratoriais que comprovem a eficiência da dieta isenta de glúten e caseína e identificar a ocorrência de alterações do metabolismo da creatina a partir da análise da concentração de creatina em urina”, assegura Nádia Silva, da pós-graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos. O estudo foi conduzido com 28 autistas de 2 a 33 anos e a triagem ocorreu no Centro Municipal de Especialização do Autista (Cema) de Limeira e no Núcleo de Especialização e Socialização do Autista (Nessa) de Mogi Guaçu.

A pesquisadora revela que, para atingir os objetivos da pesquisa, foi elaborada anamnese nutricional (teste recordatório) contendo questões sobre características demográficas das famílias dos autistas participantes, histórico pessoal de doenças, comportamento do autista nas refeições e levantamento de hábito alimentar. Para caracterizar o quadro clínico, foi realizada avaliação psicológica por método quantitativo.

O registro sobre comportamento alimentar identificou que 50% dos autistas expressam o comportamento de comer muito rápido e 46,43% consomem porções exageradas, o que influencia diretamente no hábito alimentar.

A avaliação de adequação de consumo de nutrientes revelou que 57,14% têm o consumo de energia superior ao recomendado e baixo consumo de fibras, ácido ascórbico e cálcio. Já as análises de concentração de creatinina revelaram que os valores são significativamente inferiores em crianças autistas e do grupo controle, formado por parentes distantes, e que são similares quando comparado com grupo formado por seus pais.

“Diante disso, o conhecimento do hábito alimentar e o desenvolvimento de métodos de análises que comprovem concentrações inadequadas de peptídeos opiáceos derivados do glúten e da caseína ainda é um desafio”, afirma a pesquisadora. “São necessárias pesquisas para criar metodologias de análise de peptídeos opióides em fluidos corpóreos mais confiáveis, passíveis de reprodução. Na literatura, os resultados positivos obtidos em estudos não são replicáveis, formando lacuna para a compreensão da relação entre alimentação e comportamento autista”, conclui.

Para Jocelem Mastrodi Salgado, orientadora do estudo, “a importância dessa pesquisa é mostrar que tanto o conhecimento como a compreensão dos fatores associados à patologia e ao emprego de exames laboratoriais seguros irão contribuir para diagnóstico precoce da doença, possibilitando o acesso a tratamentos mais adequados. Esses tratamentos, sem dúvida alguma, acarretarão a melhora da qualidade de vida dos autistas”.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Coelhinho - Galinha Pintadinha

Seleção musical da Nicolle...




De olhos vermelhos
De pelos branquinhos
De passo ligeiro
Eu sou o coelhinho
Sou muito assustado
Porém sou guloso
Por uma cenoura
Já fico manhoso
Eu pulo pra frente
Eu pulo pra trás
Dou mil cambalhotas
Sou forte demais
Comi uma cenoura
Com casca e tudo
Tão grande ela era
Que fiquei barrigudo

Alecrim - Galinha Pintadinha

Seleção musical da Nicolle...



Alecrim, Alecrim dourado

Que nasceu no campo

Sem ser semeado

Foi meu amor

Quem me disse assim

Que a flor do campo

É o alecrim

Borboletinha - Galinha Pintadinha

Preferência musical da Nicolle...



Borboletinha, está na cozinha Fazendo chocolate para a madrinha

Poti-poti, Perna de pau, Olho de vidro e Nariz de picapau

Borboletinha, está na cozinha Fazendo chocolate para a madrinha

Poti-poti, Perna de pau, Olho de vidro e Nariz de picapau

Borboletinha, está na cozinha Fazendo chocolate para a madrinha

Poti-poti, Perna de pau, Olho de vidro e Nariz de picapau

Padrões sensoriais e Autismo

Uma das grandes questões dentro do autismo é o fato dos autistas apresentarem uma ampla gama de sintomas. Uns falam outros não, uns apresentam retardo outros não, uns têm altas habilidades outros não. Do mesmo modo é praticamente impossível encontrar dois autistas com as mesmas experiências sensoriais.
Embora os autistas vivam no mesmo mundo físico que as outras pessoas e tenham que lidar com o “mesmo” material bruto que os outros, seu mundo perceptivo é surpreendentemente diferente do de não-autistas. É importante frisar que embora sejam padrões, as experiências sensoriais de cada autista são muito particulares. Esses padrões podem ocorrer nas diferentes modalidades sensoriais, inclusive ao mesmo tempo.

Percepção Gestáltica

A percepção gestáltica é a percepção global de uma cena como se esta fosse uma entidade única na qual todos os detalhes são percebidos de forma simultânea. O problema do autista, então, não parece estar no processamento da cena, mas sim na compreensão de que os pequenos detalhes desta cena são informações com significado que devem ser integradas para formar uma idéia geral ou uma compreensão em um nível conceitual.
Esse tipo de percepção pode ser considerado favorável, na medida em que possibilita aos autistas perceberem as informações de forma mais precisa e em maior quantidade. Por outro lado, como não há uma filtragem, eles não conseguem dar conta de processar tantas informações de forma simultânea, gerando uma sobrecarga. É um fenômeno paradoxal.
Quando um mínimo detalhe do ambiente é alterado, como um objeto trocado de lugar, por exemplo, a cena percebida pelo autista é diferente e não familiar, ou seja, é uma nova gestalt que deve ser processada e isto pode gerar estresse. Outro exemplo é a percepção gestáltica auditiva que se apresenta como uma dificuldade em se concentrar em um único estímulo auditivo. Todos os estímulos como o som de carros, do ar condicionado e da fala das pessoas são percebidos como uma cena única, inseparável.

Intensidade de trabalho dos sentidos

Autistas comumente apresentam hipo ou hipersensibilidades que podem ser experienciadas em todas as modalidades sensoriais. A hiposensibilidade é caracterizada por um alto limiar sensorial enquanto a hipersensibilidade por um baixo limiar. É possível que muitos comportamentos auto-estimulatórios de autistas sirvam para suprimir uma dor ou acalmar, no caso de uma hipersensibilidade, ou ainda para ativar o sistema nervoso e obter estimulação no caso de uma hiposensibilidade. Em alguns casos esses comportamentos também funcionam como fonte de prazer.
Autistas que apresentam uma hiposensibilidade tátil, por exemplo, podem não sentir uma queimadura. Já uma hipersensibilidade auditiva faz com que autistas se sintam incomodados com sons toleráveis ou até mesmo imperceptíveis para não autistas, como o barulho do ar-condicionado.

Perturbação com determinados estímulos

Determinados estímulos aparentemente comuns podem causar incômodo e até dor para alguns autistas. Esses estímulos causadores de perturbação variam de acordo com cada indivíduo. O assobio, por exemplo, pode ser intolerável para determinados autistas. Alguns autistas também ficam perturbados com o toque do telefone e podem até quebrá-lo com medo dele tocar.

Fascinação por determinados estímulos
Estímulos específicos não muito comuns pode ser fonte de extremo prazer e funcionar como calmantes para alguns autistas. Muitos autistas, por exemplo, são capazes de ficar horas fixados no arco-íris que emana de um cristal em movimento.

Percepção flutuante

É muito comum o mesmo autista apresentar uma flutuação entre os estados de hipo e hipersensibilidade. Dessa forma, por exemplo, uma criança que aparenta ser surda em determinadas situações reage fortemente a estímulos sonoros comuns do dia-dia como se estivesse sentindo extrema dor. Do mesmo modo, um alimento favorito pode não ser tolerado em determinados momentos.

Percepção fragmentada

A percepção fragmentada é causada por uma incapacidade de alguns autistas de quebrar a gestalt em partes integradas e significativas. A gestalt é percebida em seus mínimos detalhes, entretanto, cada detalhe é percebido como uma parte independente, desprovido de um significado contextual. Com isso o mundo não é compreendido de forma integrada e holística, mas sim de forma analítica. Uma multidão, por exemplo, não é percebida por um autista como um aglomerado de pessoas, mas sim como um aglomerado de braços, pernas, cabelos, bocas etc... Do mesmo modo, para um autista uma pessoa é reconhecida por pedaços sensoriais armazenados que definem essa pessoa, e não por seu todo. A pessoa, então, é reconhecida pela cor de sua roupa, pelo seu cheiro ou até por seus movimentos. O mesmo acontece com os objetos.

Percepção distorcida

Em muitos relatos encontram-se descrições de alterações na percepção de formas, cores, distâncias e sons, entre outras. Na visão as distorções mais encontradas nos autistas são com relação à profundidade e à noção de espaço, como visão 2D, visão dupla e distorções de tamanho e movimento. Distorções com relação aos proprioceptores podem causar nos autistas problemas na compreensão dos limites físicos e na relação de seu corpo com os objetos no espaço. Por exemplo, um espaço pode ser percebido como maior ou menor do que seu tamanho real. Além disso, pode haver dificuldade para se movimentar no espaço, muitas vezes esbarrando nos objetos.
Ao subir uma escada, por exemplo, o autista pode levantar o pé muito alto, sem a noção exata de profundidade e da posição de seu corpo com relação à escada.

Agnosia
A agnosia é caracterizada por uma dificuldade em interpretar um sentido. No caso, muitas vezes o autista ainda é capaz de sentir (ver, ouvir, etc...), mas apresenta dificuldade em dar significado a essas sensações. É como se fosse cego enquanto enxergasse, surdo enquanto escutasse e assim por diante. Muitas vezes, por exemplo, autistas se comportam como surdos, não reagindo a nenhum tipo de som e não compreendendo o que é esperado.

Percepção atrasada

Percepção atrasada se caracteriza por respostas demoradas a estímulos. Isto pode ocorrer em todos os canais sensoriais. Devido a esse atraso, autistas podem precisar de mais tempo para processar uma pergunta e elaborar uma resposta. Freqüentemente, quando uma resposta é imediata, ela não foi muito elaborada, e sim dada pelo “piloto automático”como chamam, ativado por memórias específicas. Na maioria das vezes, antes de responder adequadamente a uma pergunta o autista passa por inúmeros estágios de percepção, e se por algum motivo essas etapas são interrompidas, todo o processo deve ser recomeçado. Isso faz com que experienciem o significado das coisas fora do contexto, o que gera uma incapacidade de generalização, uma vez que uma nova experiência não consegue ser associada a nenhuma experiência prévia. A resistência à mudança também pode ser explicada por este motivo.

Vulnerabilidade a sobrecarga sensorial

Muitos autistas são vulneráveis a uma sobrecarga sensorial, e em geral isto acontece em situações que não incomodariam não-autistas. Isto pode ser chamado de regra da última gota. Se a “caneca interna” do autista já estiver cheia, seja lá por qual motivo, a mínima gota a mais causará uma sobrecarga. Esse fenômeno é muito variável, na medida em que em determinados dias a caneca pode estar vazia e não se sobrecarregar com a mesma mínima gota. A sobrecarga sensorial parece não estar relacionada a nenhum estímulo específico como, por exemplo, um som alto e agudo como acontece na hipersensibilidade, mas sim à quantidade e à duração de estímulos sonoros simultâneos e à relação input sensorial/capacidade de processamento. A variação do limiar para o processamento dos estímulos sensoriais pode ocorrer em função do ambiente e também da idade

Monoprocessamento

O monoprocessamento acontece quando somente uma modalidade por vez é processada pelo cérebro. Embora sirva como um mecanismo de defesa pode ser prejudicial uma vez que com o foco em somente um sentido, o autista acaba perdendo as informações com relação ao contexto das situações. O monoprocessamento pode ser considerado muitas vezes como um paradoxo. Para evitar uma sobrecarga sensorial ou uma hipersensibilidade, por exemplo, o autista pode passar a processar somente o som.
Com o foco somente nessa modalidade, o som passa a ser experienciado como mais alto já que toda sua atenção está voltada para ele, o que pode acabar gerando uma hipersensibilidade.

Percepção periférica

Muitos autistas evitam a percepção direta como, por exemplo, o contato visual.
Com relação a isso se levanta a possibilidade de o problema em se fazer esse tipo de contato estar na intolerância ao movimento dos olhos da outra pessoa.
A percepção periférica, entretanto, também pode ocorrer com outros sentidos. Alguns autistas relatam compreender melhor uma instrução quando a mesma não é direcionada para eles, e sim para uma parede próxima, por exemplo.

Desligamento dos sistemas (shutdowns)
Muitas vezes os autistas experienciam uma sobrecarga sensorial tão grande que gera o desligamento dos sistemas. Isso prejudica seu funcionamento normal, uma vez que a informação sensorial não consegue mais ser processada. Pode haver um desligamento total quando nenhum sistema sensorial consegue processar as informações ou parcial, quando alguns sistemas continuam funcionando. Esse mecanismo também é utilizado para evitar uma sobrecarga sensorial.

Compensação
Em função da hipersensibilidade, da percepção fragmentada ou distorcida, do processamento atrasado e da agnosia sensorial, entre outras, um sentido sozinho não é nunca suficiente para que o autista consiga dar significado a uma situação. Por conta disso, ele desenvolve estratégias de compensação com outros sentidos para dar significado às coisas. Um autista que esteja com a percepção visual fragmentada, por exemplo, pode bater os objetos para produzir som de modo a reconhecê-los. Muitas vezes também os objetos e pessoas são reconhecidos através do tato e do olfato, que parecem ser os sentidos mais confiáveis para os autistas.

Ressonância
A fascinação extrema por determinados estímulos pode levar o autista a se perder nesse estímulo, é como se ocorresse uma fusão entre os dois. A ressonância diz respeito à habilidade de ver, ouvir, sentir e assim por diante, eventos experienciados por outras pessoas (pensamentos, emoções, dores etc). Muitos autistas também descrevem essa sensação de se sentir parte de um estímulo com relação a outras pessoas e até animais.

Sonhar acordado
Embora não seja muito comum entre os autistas, esse fenômeno de sonhar acordado (daydreaming) muitas vezes chamado de “sexto sentido” aparece em muitos relatos.

Sinestesia
A sinestesia acontece quando a estimulação de uma modalidade sensorial provoca a percepção simultânea em outra. É como se houvesse um cruzamento entre as modalidades sensoriais. Todas as combinações de modalidades podem ocorrer, sendo os sentidos da visão, da audição e do tato os mais freqüentemente envolvidos.

Memória perceptiva

Eventos são lembrados por muitos autistas de forma muito mais detalhada do que não-autistas. As memórias além de visuais podem incluir cheiros e sons experienciados em um determinado momento. A experiência repetida desses cheiros e sons, ou somente o pensamento dos mesmos pode causar a mesma resposta real que causou no evento original, independente do contexto.
A grande questão envolvendo esse tipo de memória é que na maioria das vezes, embora os autistas sejam capazes de apreender, guardar e reproduzir não só os modelos visuais, mas também os auditivos, os motores e os verbais mais complexos, aparentemente não levam em conta seu contexto, importância ou sentido.

Memória associativa ou serial
Esse tipo de memória recebe esse nome por se caracterizar por uma série de associações que podem ser iniciadas por determinados objetos, cheiros ou até mesmo palavras. Muitas vezes essas associações acontecem de forma involuntária, sendo de difícil bloqueio.
Da mesma forma que o buscador da Internet encontra palavras específicas, os autistas procuram memórias (auditivas, visuais, etc) que se associem com as palavras escutadas ou faladas.

Pensamento perceptivo
Todas as pessoas do espectro autista pensem de forma detalhada, três tipos de pensamento perceptivo podem ser encontrados no transtorno: o pensamento visual, que envolve imagens específicas, sejam elas estáticas ou em movimento; o pensamento musical ou matemático, que se caracteriza por relações entre padrões e números; e o pensamento lógico que envolve as palavras.

Autora: Roberta Costa Caminha
Fonte: http://www.concursoefisioterapia.com/2010/06/padroes-sensoriais-autismo.html

Autistas, procuram-se

Concentração. Memória. Atenção aos pormenores. Capacidade de repetir muitas vezes a mesma tarefa, o mesmo gesto, sem se distrair. Obsessão com ordem e com classificações. Persistência. Estas qualidades são importantes nalgumas áreas profissionais - por exemplo, a informática. A um nível elevado, são raras. As pessoas com autismo tendem a tê-las mais do que as outras pessoas. É lógico aproveitar tal diferença. Assim faz uma empresa dinamarquesa especializada em testes de software.
A Specialisterne (Especialistas, em dinamarquês) foi fundada por Thorkil Sonne, um executivo de uma firma de telecomunicações. Quando há onze anos souberam que o seu filho de 3 anos tinha autismo, ele e a mulher começaram a pensar como o poderiam ajudar a ser feliz. Concluíram que nada teria mais valor para Lars do que um trabalho onde as suas características particulares fossem apreciadas.
Não bastava encontrar uma tarefa que ele pudesse fazer. Tinha de ser algo em que fosse especialmente qualificado, para o valorizar e o compensar das outras limitações - sociais, sobretudo - com que teria de viver.
A resposta veio após contactarem organizações de apoio a pessoas com Desordens do Espetro Autista (DEA). Estas desordens têm em comum a dificuldade em perceber sentimentos alheios, em ler gestos e sinais, em captar sarcasmo, mas variam imensamente em grau e manifestações, desde as quase impercetíveis atè às incapacitantes.
No lado leve do espetro está o síndrome de Asperger, cujas vítimas, geralmente descritas como altamente funcionais, incluem um bom número de génios. Consta que Einstein apresentava indícios de Asperger. E mesmo pessoas muito menos fluentes do que ele - e portanto, com desordens em zonas mais graves do espetro - podem ser extraordinárias nas respetivas áreas profissionais. A chave estava, portanto, em descobrir uma área adequada.

Mão-de-obra de primeira


A Specialisterne verifica software e outras coisas que exigem um enorme grau de atenção - por exemplo, a localização detalhada de redes de fibra óptica. Dos seus 50 e tal empregados, 75% têm autismo. Ao serem aprovados para entrar na empresa, iniciam uma formação de cinco meses financiada pelas câmaras municipais.
É o único apoio que a empresa recebe, uma vez que não existe tradição de empresas de responsabilidade social na Dinamarca, segundo explica Sonne. O investimento sai barato, tendo em conta o que se poupa em subsídios de desemprego e outros. Um funcionário chamado Mads diz que em mais de vinte anos é o primeiro emprego que consigo manter, e acrescenta: "A maioria dos meus colegas são como eu. Temos em comum sermos esquisitos".
Terminada a formação, a maior parte dos empregados são colocados fora, junto dos clientes da Specialisterne. A assistência técnica que dão é considerada 'premium', e paga a condizer. Não é mão-de-obra barata nem terapia ocupacional, frisa Sonne em repetidas declarações. É trabalho de primeira fornecido por uma empresa comercial. Porque só assim, em última análise, resulta. "A nossa organização precisa do tipo de financiamento que só uma empresa com fins lucrativos pode gerar. Tem de ser bem sucedida nos termos do mercado".
O objetivo último de Sonne é exportar o modelo de negócio pelo mundo fora. Com esse objetivo, criou uma fundação à qual entregou as ações da Specialisterne. Escócia, Islândia, Alemanha, Polónia e os Estados Unidos já adotaram ou vão adotar o modelo, e Sonne recebeu meia-dúzia de prémios europeus. A sua expectativa é que, quando o agora adolescente Lars for adulto, a situação tenha mudado o suficiente para ele não ter problemas de empregabilidade.

Reduzir o stress


Quanto aos atuais empregados da empresa, as histórias que contam falam por si mesmas. Um trabalhava antes num supermercado. Apesar de altamente inteligente, nunca conseguia passar nas entrevistas de emprego, onde o que conta é a famosa química emocional. Aí ele falhava.

Sonne sugere que toda a gente é social, embora de formas diferentes. O facto de alguém não dizer bom-dia não significa que não goste de conviver de vez em quando. E a dificuldade em suportar ruído, típica dessas desordens, pode implicar alguns ajustamentos no escritório (sobretudo se for um 'open space') mas não torna ninguém inapto para trabalhar.

"As pessoas com autismo não são os únicos empregados que não florescem em open space'ou no sistema tradicional de gestão", afirma. O essencial é adaptar às características das pessoas, não impor o mesmo ambiente a todas. "Isso só provoca stresse, e os locais de trabalho já produzem demasiado disso".

À sua estratégia dá um nome: filosofia dente-de-leão. O dente-de-leão é uma planta que a muitas pessoas vêm simplesmente como erva daninha. Outras apreciam-na como planta medicinal, rica em vitamina e ferro. "uma erva daninha é uma planta bela no lugar errado", diz Sonne. E quem decide se o lugar é errado ou certo é a sociedade.

Fonte: http://aeiou.expresso.pt/autistas-procuram-se=f660969 (11/07/2011)